História da Animação – Parte II

Na segunda metade do século XIX, ainda nos primórdios da história do filme de animação, inventaram-se vários equipamentos ópticos que buscavam produzir no observador a sensação visual de movimento a partir da projeção sucessiva de imagens, silhuetas, sombras de marionetes ou figuras articuladas. Cabe citar o zootrópio do inglês W. A. Horner, o zoopraxiscópio do também inglês Eadweard James Muybridge, o fenacistoscópio do belga Joseph Plateau e, em especial, o praxinoscópio do francês Émile Reynaud. Este último originou o Teatro Óptico, de 1888, que usava uma fonte luminosa para projetar uma série de até 700 desenhos dispostos sobre um disco giratório. O praxinoscópio constitui o fundamento a partir do qual se desenvolveu a técnica do desenho animado como é conhecido atualmente.

Desde as primeiras tentativas de animação à invenção e ao desenvolvimento do cinema, a técnica do desenho animado evoluiu sempre. O primeiro grande avanço veio de James Stuart Blackton, que nos estúdios da Vitagraph, em Nova York, utilizou a ideia do “stop” dos filmes de trucagem, para produzir animação. O resultado foi o primeiro filme de animação Humorous Phases of Funny Faces (1906).

Mas foi com The Haunted Hotel (1907), também de Blackton, que a animação ganhou popularidade. O filme em live-action usa animação em stop-motion para descrever uma refeição preparada por um conjunto de mãos invisíveis. Foi um sucesso tão grande que todos se perguntavam como poderiam os objetos se moverem por conta própria. É verdade que a animação teve raízes anos antes, no entanto, a animação nunca tinha sido considerada pelo público. Por todos os seus esforços e avanços no campo da animação, Blackton é considerado por muitos como “o pai da animação”.

Quem disputa com Blackton este título é Émile Cohl, autor francês de aproximadamente 300 filmes do gênero, inclusive Fantasmagorie (1908), que segue o estilo de Blackton, porém alcança maior fluidez e é por muitos considerado o primeiro filme realmente animado.

Com o sucesso no desenvolvimento das projeções, a animação passou de técnica para um engenhoso brinquedo individual, de recurso para entreter e causar admiração, a uma forma espetacular de contar histórias para um grande público.

Continua…

História da Animação – Parte I

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